A maioria das pessoas está ciente de que existem riscos quando se trata de implantes de silicone. Cicatrizes e infecções, por exemplo, são alguns deles. Contudo, um novo relatório da NBC News aponta que há mais uma coisa que as pessoas devem considerar: o produto pode estar ligado a um certo tipo de câncer.
O linfoma anaplásico de grandes células associado ao implante mamário (BIA-ALCL) é um tipo raro de linfoma não-Hodgkin (também conhecido como câncer do sistema imunológico), de acordo com a Food and Drug Administration (FDA). Na maioria das situações, a BIA-ALCL é encontrada no tecido da cicatriz e no fluido próximo ao implante, mas em alguns casos pode se espalhar pelo corpo da pessoa.
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As boas notícias? “Esse tipo da doença é raro e facilmente curável”, diz Richard J. Bleicher, professor do departamento de oncologia cirúrgica do Fox Chase Cancer Center (EUA).
Espere, fale mais sobre esse câncer
A FDA realmente identificou uma possível ligação entre os implantes mamários e o câncer em 2011. Nesta época, contudo, o risco era considerado extremamente baixo. “Anos atrás, pensava-se que a incidência era de um em um milhão”, diz Bleicher. “No entanto, como a conscientização cresceu, e um registro foi desenvolvido, os dados foram atualizados e a quantidade é maior”.
Anos mais tarde, em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) designou o BIA-ALCL como um “linfoma de células T que pode se desenvolver após os implantes mamários”, de acordo com a FDA.
Em setembro de 2017, a FDA disse que recebeu 414 relatos de BIA-ALCL, incluindo entre nove pacientes que morreram. Isso indica que, embora ainda seja raro, pode ser um pouco mais comum do que imaginavam.
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O FDA também observa que o BIA-ALCL ocorre com mais frequência em implantes mamários com superfícies texturizadas do que lisas (acredita-se que uma superfície texturizada reduza o movimento do implante de mama). No entanto, de acordo com a FDA, não há risco maior para implantes mamários de silicone versus salino.
Outra informação: quase metade dos casos de câncer foram diagnosticados dentro de sete a oito anos depois que a pessoa recebeu os implantes. Ainda assim, “o risco disso permanece baixo”, diz Bleicher. “Uma mulher com implantes mamários deve estar ciente dos sintomas, mas não se preocupar demais”. Ele também aponta que os cirurgiões plásticos de seu círculo de trabalho “que colocam pelo menos 160 implantes por ano também nunca viram um caso”.
Bem, quais são os sintomas da BIA-ALCL?
Eles são muito fáceis de detectar. Os principais são inchaço persistente ou dor nas proximidades do implante mamário, de acordo com o FDA.
Durante um exame, os médicos costumam ver fluido ao redor do implante (chamado de seroma). Alguns pacientes também dizem sentir um nódulo sob a pele ou uma cápsula espessa ao redor do implante.
“Se as mulheres notarem aumento ou inchaço da mama ou ulceração da mama, especialmente mais de um ano após a colocação do implante, torna-se importante levar isso ao conhecimento do seu cirurgião”, diz Bleicher.
Então, eu deveria tirar meus implantes para estar segura?
Não segundo a FDA. A recomendação é que os médicos continuem a dar aos pacientes cuidados e apoio de rotina. Isso inclui check-ups e monitoramento quando algo parecer errado.
“Porque geralmente só é identificado em pacientes com sintomas como dor, nódulos, inchaço ou assimetria que ocorrem após a cicatrização da incisão cirúrgica, a remoção do implante de mama em pacientes sem sintomas ou outras anormalidades não é recomendada”, diz a FDA.
“Embora não gostemos da ideia de desenvolvimento de câncer, não importa quão raro, felizmente, a probabilidade de desenvolvê-los é muito baixa”, diz Bleicher. “Houve casos raros de mulheres que desenvolveram ALCL e morreram devido a isso. Contudo, a maioria, por mais incomum que seja, é tratável e muitos deles localizados apenas na área ao redor do implante, que é tipicamente curável simplesmente removendo a cápsula em torno do implante. As mulheres definitivamente não devem entrar em pânico.”
Fonte: FDA